segunda-feira, 8 de junho de 2009

Entrevista do mês














No ritmo de Vanderlei

Um exemplo. É assim que Vanderlei Cordeiro de Lima sempre será conhecido. Natural de Cruzeiro do Oeste, interior do Paraná, sempre trabalhou com sua família nas lavouras de cana-de-açúcar, café, algodão e milho. Começou a correr por incentivo de seu professor de educação física, em Tapira (PR), e logo percebeu sua aptidão para o atletismo. A escolha pela maratona veio de forma natural.
Sua primeira vitória aconteceu em 1994, quando foi contratado para ser “coelho” na maratona de Reims, França. “Me sentia tão bem que venci a prova”, conta.
Vanderlei sempre foi um atleta de ponta de corrida de rua, mas ficou mundialmente conhecido em 2004, durante a maratona dos jogos Olímpicos de Atenas, quando o ex-padre irlandês Cornelius Horan atacou o atleta, que liderava a prova. Não desistiu e continuou atrás da sua medalha, conquistando o bronze. Por este motivo, o cineasta eslovaco Loyzo Smolinsky decidiu fazer o filme Marathon, que contará sua vida.
Mas aos 39 anos o atleta resolveu encerrar sua carreia como profissional no último dia do ano de 2008, na 84ª São Silvestre. “Acho que tive uma trajetória brilhante sob todos os aspectos: esportivo, moral, ético, financeiro. Me sinto um atleta realizado”, diz, ao se referir ao encerramento de sua trajetória profissional.
O fundista percorreu os 15 km acompanhado de aplausos calorosos, acenos, sorrisos, corações desenhados no ar e, claro, o alegre aviãozinho. Marcando a sua aposentadoria diz: “Um ciclo foi encerrado. Mas vou dar continuidade como amador, porque a corrida é minha vida”, afirma o atleta, que promete repassar suas experiência para os mais novos.
Sobre seus projetos para o futuro, Vanderlei afirma que pretende continuar correndo e praticando atividade física. “Não me vejo longe do esporte. Estou envolvido com o projeto da Vila Olímpica de Maringá e com o Instituto Vanderlei Cordeiro de Lima, com sede em Campinas.”
Quando o assunto é incentivo esportivo o corredor diz: ”O atletismo está crescendo, mas precisa de políticas sólidas de incentivo, pois atualmente o esporte vive de projeto privados”. E também comentou que se for chamado para trabalhar na área da política vai analisar a proposta. “Se for para o bem do esporte, independente do ambiente, quero contribuir de maneira positiva para fazer do esporte uma oportunidade para aqueles que sonham e desejam se tornar cidadãos saudáveis e felizes”.
No final da entrevista passa um recado não só para quem pratica esportes, mas para todos: “Acreditar sempre, desistir nunca”.


Texto: Olga Leiria
Foto: Robson França

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